Vou ou não? Mas estou com tanta saudade, preciso tanto renovar minhas forças... estou chegando a ponto de desacreditar na minha arte.Após o conflito interno arrumo uma cia, que é da dança e que também abriu mão pra conseguir se dedicar aos estudos.
Chegamos até a portaria, fiquei sem ação... antes o porteiro eu que teria arrumado... mas esse nem sabe quem eu sou. Peguei minha comanda, subi, me deparei com aqueles espelhinhos que sempre achei charmosos, caminhei, meu coração disparava, parecia que eu estava entrando em transi. Virei, vi meu irmão mais velho, parei, olhei para o palco maravilhoso que esperava a artista da noite. O pequeno veio ao meu encontro, nos abraçamos, chorei, ele disse '' você não imagina a falta que nos faz'', eu derramei, e ele disse '' eu te amo, obrigada, desculpa, você está aqui'', eu derreti, só sabia sentir saudade.
Andei desnorteadamente por cada canto, liguei pras pessoas, mas ninguém me atendera... o momento era só meu... eu me via em cada janela, em cada parede, em cada samba, em cada cena, foi torturante... Minha vontade era de largar tudo pra viver por aquilo ali, só que não sou capaz... Sei que preciso centrar num futuro estável, por mim e pelos demais que dependerão de mim.
Deus sabe o quanto é sacrificante abrir não da arte nesse momento, porém nem tudo que se quer se pode ter naquele momento e nem tudo que se quer é o melhor. Deu a hora de ir embora, mais choro, mais declarações e meu rosto fora pintado na parede da biblioteca e eu escrevi na parede e me joguei pelas salas e sai despedaçada por dentro e sorrindo por fora.
Acredito que cinco anos passarão depressa e que em breve estarei In-Cena como sempre estive.
P.S. E que venha o 2º Festto!
