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domingo, 24 de abril de 2016

Como mulher

Mulher de verdade tem que
Ficar calada.
Pernas fechadas. 
Serve. Lava. Passa. Cozinha. Cuzinho.

Pernas abertas, para o teu homem.
Apanha. Arranha. Arde.
Panha o choro, engole.

O que ninguém quer ver é que
Ela segue, pesada, doída.
Mostra!!!
Mostra teu monumento.
Mostra teu desejo
Se entregue a ser mulher.
Nasce nesse lugar?
Ou insistem em te colocar
Dentro de uma caixinha?

Floresce dentro de si
A liberdade de dançar, revolucionar, 
Construir e pensar.
O que é ser mulher?
Por que esse medo de ser?
Como é difícil desconstruir
A mulher que estampam
Em cores mortas por aí.


                                                      Por Grazi Cascon e Patricia Tavares

Carrega

Dentro de si, carrega contradições.
Fora de si, carrega.
Ao redor, espera.
Alma que cura a cuca.

Você, tão nosso,
que sai e que volta,
carregando em si.
Os seus, os nossos e os deles.
Sonhos.

Volta pra si.
Faz tanto por nós,
falta mais para si.
E se o si, fossemos nós?
Pode-se ser só.
Vive-se bem só.
Mas, só não precisa estar.
Só, não estará.

Carrega dentro daquilo 
que abre e fecha a renovação .
Carrega o sorriso de nós.


                                                                            Por Grazi Cascon

Leve

Leve de Alma.
Leve de tudo.
Nos braços moram eles.
Que leves são eles.
No sorriso leve, leve os deles.
Leve alma tão acariciada.

Hoje, leve a leveza dos registros leves.
Leve tempo.
Leveza de menina dentro da poesia de mulher.
Leva Ana. Leva Mari. Leve mãe, leve Mariana.
Mas não deixa de levar a leve fé-licidade-idade.


                                                     Grazi Cascon