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terça-feira, 20 de março de 2018

CHÁ, PRA LÁ

A moça que hoje pela primeira vez 
Colocou erva-chá
Boca a dentro. 
Ficou horas pensando se ia
E quando aceitou 
Pá puc.
Até que 
Em um momento 
Único. Ficou solta.
Um riso, uma história. 
Um filme, psicopata. 
Se confundiu na prosa. 
Fez piada. Do modo. de. funcionamento.
Discordou.
A moça que de nada,
Mais 
Nada 
Ainda quer.
Mas a moça nem de chá gosta. 

Consumiu o que não podia 
Pela primeira vez a moça.
Olhou foto de brancas 
Ouviu voz de negra. 
Tá deitada com as pernas cruzadas
E a mente a espreita.  
Aberta. Encoberta.
Abriu pra escrever.


De-notas 
Sem notas 
E essa mente tão aberta
Plágio 
Fotos de brancas na tela.
Passando. 
Passando.
Passou.
Mente aberta 
Secreta. 
As vezes a moça, 
Que não é a primeira vez
Que mente, que abre. A mente.

Tá sem entender
Sem saber 
Como parar. 
A vibe tá boa.
Pensa no toque. Retoque. Me toque. Se toque.  
Será mesmo real? 
A vibe tá boa. 
Como parar? 
E agora, será que rola? 
Chá, pra lá.
Não quer se embolar.


Por Grazi Cascon

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