E se um dia eu deixar de sonhar? E se os meus arquivos simplesmente se perderem? E se eu nunca mais conseguir escrever? E se todos me odiarem? E se eles não acreditarem em mim? E se o sucesso for muito doloroso? E se eu precisar me vender? E se o inferno existir? E se... e se... e se eu fosse dormir e amanhã acordasse menos sensível.
Tem acontecido tantas coisas, uma atrás das outras, a vida está com pressa ou então somos nós que estamos adiantando as fases... Pulando as etapas, nos matando, tirando outras vidas, dando vida a quem ainda não deveria nascer, roubando esperanças ou até mesmo deixando de viver o que é nosso pra vivenciar o do próximo.
Sejamos justos com nós mesmos, não existe uma verdade absoluta, não se pode confiar em quem tem sentimentos, as pessoas são metamorfoses, nada é sem vida, o tempo modifica tudo.
Muitas coisas não fazem sentido se não acreditarmos em uma realidade... um dia vai vim alguém pra lhe mostrar outro ponto de vista sobre suas crenças e temos que estar preparados pra uma longa discussão. Sejamos uma representação fiel de nosso eu, crie seus conceitos, retire o que possa magoar seus olhos. Vamos em busca de nossa liberdade livre, não se submeta aos desânimos, críticas são sempre construtivas e destrutivo é aquilo que você deixa tomar conta da sua formação.
Fomente o bem, mesmo que o mal seja mais prazeroso, mesmo que a injustiça vença, mesmo que a corda arrebente pro lado mais fraco, seja bom. E se fracassar, recolha suas insignificâncias e vá em busca da libertação.
Por Grazi Ribas
P.S. ''O ser humano é um ser insatisfeito por natureza''
sábado, 25 de fevereiro de 2012
O Lume volúvel
São
inúmeras as fases, torna-se impossível enumerar cada pedacinho que se refaz
dentro de mim. Desde ontem venho pensando como estou.
Está-se
poeta, borboleta, mulher ou vazia?
Precisa
descobrir-se. Quando renasce num dia qualquer como poeta, transformando
palavras em frases que possuem súbitas verdades, buscando dentro de corações
paz e fulgor, fazendo-se plena diante de papeis e canetas, rasgando desejos que
substituem a realidade. Uma jovem escritora que se inspira em autores
incansavelmente lembrados.
Acreditando
que precisamos estar nos metamorfoseando, que somos borboletas a procura de uma
flor de coesão. Vivendo 24 horas de um dia, muitas vezes longo e cansativo, com
portas que abrem e fecham tirandoa concentração, com gotas grossas de chuva que
chegam depois de meses abafados e dando asas aos acontecimentos morremos esses
pequenos intervalos em nossas camas, nos permitindo reviver esperanças em
sonhos, que na manhã seguinte serão focos soltos em meio a tanta preocupação. A
borboleta que colore-se com sorrisos, deduções, letras e tempo de espera, que
cava em sua memória explicações egocêntricas, que coleciona vidas dentro de si,
que considera a sua liberdade um alimento indispensável para a sua existência.
Uma
mulher que cresce através de seus devaneios, que é sensível e humanitária, quebloqueia-se
quando a pedem para seguir regras e confiar em estranhos. Sobrevivendo
inseparavelmente aos pecados, querendo tatuar uma fechadura em sua nuca, ela carrega Nossa Senhora ainda menina no peito,
estimuladora de energias que está em vigor com a arte. Imagem feminina que já
pensou ter sido o Menino da Lua em outras possíveis vidas, que faz-se feliz ao
narrar mentiras, que é construída por pessoas que fazem parte da sua história,
que não tem letra redonda nem personagens e sim circunstâncias que a
possibilitam ser atriz e já possuindo álcool no sangue,ela nunca experimentou o
mesmo.
Selecionando
suas músicas, deita-se com três travesseiros, um coração de pelúcia, dois
cobertores finos e uma luz vermelha que afasta o medo... Ela adormece esquecendo-se
de agradecer, encontrando-se com o vazio – que a meu ver é a fase mais
proveitosa. É onde lagrimas sem sabor deslizam sobre seu rosto e a menina
igualitária percebe que vivenciou todos esses momentos com um profundo
imediatismo, esquecendo que antes de ter uma vida dotada de sentimentos hábeis
é imprescindível que sejamos seres que carregam dentro de si bons mistérios.
Cronicar
a essência inexistente de uma mulher poeta que tem dias constantes de borboleta
só é possível quando permite-se sentir o vazio onde a escrita torna-se um
desabafo do seu próprio eu.
Por Grazi Ribas
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